terça-feira, 15 de outubro de 2013

CRY

Hoje, voltando do evento que eu fui fazer, estava no metrô e vi uma mulher sentada, com a cabeça encostada na janela e chorando. Ela devia estar voltando do trabalho, estava vestida quase socialmente. Era loira, por volta de uns 25 anos e estava com as mãos agarradas em sua bolsa, pousada em seu colo.
Me deu um aperto no coração quando a vi. Não sei, eu vivo com cara de chateado em todos os cantos, principalmente no transporte público. As vezes em que acabei por chorar, estava muito desolado e, não sei, fiquei pensando se as pessoas que viram naquele estado também ficaram com pena de mim.
Comecei a imaginar, sozinho, o motivo daquela tristeza. De primeira instância, veio em minha cabeça ela ter terminado algum relacionamento com quem ela gostava muito. Logicamente estaria chateada, é como se o seu chão caísse.
De repente, não me perguntem por que, comecei a pensar naquele cara que me ligou ontem e, enfim, todos sabem a história. Pensei: Será que é isso que vai acontecer com ele se eu falar alguma das coisas que eu tenho pensado?
Com urgência, tentei fazer com que o pensamento saísse de minha mente. Não quero pensar sobre isso. Mas percebi que eu tenho, sim, que pensar sobre isso. Não posso deixar algo crescer, sabendo que não vai a lugar algum. Mas não quero fazer ninguém sofrer, porque eu não quero que me façam sofrer nunca mais.
Eu nem acredito tanto assim em reciprocidade divina, mas nesse caso, é como se eu tivesse convicção de que fazê-lo sofrer iria me causar uma mágoa de igual ou maior tamanho, vinda de outro lado.
Não sei o que pensar. Não sei o que me resta. Alguns podem dizer que sou trouxa, após todo esse tempo querendo alguém e agora que me aparece um eu digo que não gosto dele. Mas é a mais pura realidade. Acredito que o mundo todo estaria bem melhor sem mentiras, e não levando em consideração apenas assuntos amorosos.
Não sei o que me resta. Para ser bem sincero, nem sei se ele vai me ligar de novo. Não queria que ele ligasse. Mas, e se?
"E se?", eis a grande fonte de todas as tragédias humanas.

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