sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PERFEIÇÃO

Eu estava pensando, ontem, antes de dormir - porque eu não estava conseguindo dormir, de jeito nenhum - como seria estar com alguém, esse alguém que eu falei da última vez, comigo. Se morássemos juntos, ou apenas um estivesse dormindo na casa do outro. E então, escrevi isso, que eu achei lindo.
'Estaríamos deitados, abraçados - não literalmente, apenas com as mãos dadas, talvez -, sem camiseta e dormindo. No dia seguinte, ele acordaria primeiro e me daria um ou dois selinhos, apenas para me despertar com delicadeza. Eu abriria os olhos e pensaria, somente pensaria: "Meu deus, eu consegui. Tenho alguém aqui comigo, que talvez me ame, para dividir meu sorriso".
Então, ele me perguntaria sobre o que eu estava pensando, e eu diria que era sobre como eu era sortudo por tê-lo ali, comigo. Ele me olharia com o olhar debochado e falaria: "Sortudo, tem certeza? Eu chamaria mais de..." e diria alguma gracinha, alguma brincadeira que eu não sou capaz de pensar.

Talvez permanecêssemos deitados e, quase nunca falando, apenas nos olhando e cada um com seu pensamento sobre o que estava acontecendo. Nenhum dos dois iria ficar preocupado com pais e mães e famílias, nem com se assumir, e etc. Apenas curtiríamos o momento a sós.
Seria delicioso. Cada beijo, cada toque, cada provocação, de todos os tipos, cada olhar... E nada disso nos bastaria, porque não acreditaríamos estar realmente acordados. Nenhum dos dois achou que viveria para ver esse momento. Nenhum dos dois achou que conseguiria dividi-lo com alguém; que encontraria alguém.
E, finalmente, eu levantaria para fazer o café da manhã que nós comeríamos ao meio-dia, quando ele me puxaria de volta, dizendo que não queria que eu fosse a lugar algum. Eu daria uma risada despretensiosa, deitaria ao seu lado, como antes, daria um beijo delicado em sua boca, enquanto ele sorria de canto, e eu diria: "Precisamos comer... Temos a eternidade para ficar deitados nos amando...".
Ele retribuiria o meu beijo com uns 20, daqueles que a gente dá muito rápido, me abraçando, e levantaria comigo. Iríamos para a cozinha, eu faria meu café da manhã tradicional, com ovos e filé de frango. Comeríamos sem soltar um piu, apenas nos admirando entre si. Quando terminássemos, eu tiraria os dois pratos da mesa de cozinha americana, da qual estávamos cada um de um lado. Passaria pelo lado, para ir à sala, ele me abraçaria novamente, pela cintura, e sentávamos no sofá. Nenhum dos dois quis ligar a televisão, apenas sentamos, um encaixado no outro, como se tivéssemos sido feitos um para o outro. Eu fazia cafuné em sua cabeça e ele acariciava minha perna.
Assim fomos indo até o final do dia, ou até termos vontade de sair para beber, dançar, qualquer coisa assim.'
E esse seria um dia perfeito com o namorado que eu não tenho e, pelo jeito, não vou ter tão cedo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário