segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

VIDA

Esse é meu ultimo post de hoje. Não sei o que quero dizer e nem como tenho que dizer isso.
O que passa pela minha cabeça agora é aquela mesma situação que me trouxe aqui; foi por isso que fiz um blog, que voltei a usar o twitter, que tento fazer amigos novos todos os dias...
Eu nunca sou ouvido. Isso me desespera. Não tenho em quem confiar de fato, quero dizer, tenho meus amigos, com os quais estou sendo mais liberal do que jamais fui. E tenho medo do que essa ação exagerada possa me causar.
Eu gosto de conservar o que tenho, o que conquistei na minha vida. Meus amigos são parte disso. Não conseguiria viver sem ter um refúgio, que são eles. Eu morro de medo de não conseguir me reconstruir se, por um acaso, eu perder o que tenho. É por isso que não contei para minha família ainda que sou gay, que demorei para contar aos meus amigos, enfim.
Eu não posso me fazer audível sem que alguém se ofenda. O que explica perfeitamente o pseudônimo, minha simulação no dia-a-dia de como sou uma pessoa feliz, alegre, satisfeita, que vê o lado bom das coisas, que ama pessoas, que é agradável... Não, eu não sou assim. Normalmente eu apenas dou risada porque esqueço que eu sou eu e que não tenho minhas próprias preocupações.
Com o tempo a gente aprende que nem tudo vem para bem e que nem tudo que não nos mata nos deixa mais forte. Não, definitivamente não. Podem pensar os outros que minha auto estima é alta, que eu me amo e que sou alguém preparado, etc, mas não.
Quando me pego pensando que antigamente eu saberia todas as respostas para todos os problemas da minha vida, imediatamente me corto, assim que recupero a consciência. Eu tinha todas as respostas, sim, mas só porque eu era uma criança e não sabia das complicações da vida - embora eu realmente acredite que a vida não é complicada, nós quem complicamos -, achava que tudo o que acontecia era um filminho da Disney, em que tudo acabaria bem no final.
Eis a minha dúvida: Vai acabar tudo bem? Haverá um final digno? Haverá um final?
Eu não me acho digno de nada. Tanta coisa eu já fiz sabendo as consequências do que estava fazendo, mesmo só por vingança. Claro que já sofri muito, mas isso, não creio eu, que mude minha situação. Não falo aqui de deus e julgamento final, com certeza não. Quero saber, mais uma vez se haverá alguém na face da Terra que seja capaz de gostar de mim. De me amar. Do meu jeito.
Será esse o medo de todos? Não consigo ver as minhas dúvidas como as do resto da humanidade. Tenho para mim que todos são muito mais esclarecidos que eu. Depois que descubro certas coisas em comum com um grupo de pessoas, acabo me sentindo mais incluído em alguma coisa, seja lá o que isso queira dizer.
A única pessoa com quem eu achei que tivesse algo, que tivesse, sim, um amor recíproco, me deixou falando sozinho. Apareceu outro, que me amava, ele me disse isso. Eu não dei uma única oportunidade.
Momento clichê: Eu não sei o que tem de errado comigo. Todos vivem e são felizes e eu aqui, sentado, chorando, vendo tudo passar.
Não desejo o que sinto agora para ninguém, principalmente por não saber exatamente o que estou sentindo. Não é carência, não é amor, não é saudade, não é arrependimento, não é tristeza... Pode ser uma mistura de tudo, mas como se chamaria isso? Adolescência?! Acho que não, estou um pouco velho para isso.
Ao mesmo tempo que me preocupo como resolver minha vida, tenho que me preocupar com não ferrar mais ainda com ela, e isso eu sei que seria fácil, apenas deixar que me vissem nesse estado. Mas estou em um limite, e não posso me dar ao luxo de não ser escutado mais uma vez.
Gostaria de falar aqui, agora, que sinto muitas coisas por muitas pessoas. Tenho a absoluta certeza de que o amor que sentimos um dia, nunca vai embora, fica apenas guardado dentro de nós; escondido, pronto para atacar quando virmos o alvo de tal. Eu sei disso porque quem eu amei na minha vida, de verdade, consegue despertar esse sentimento toda vez que olha para mim. É difícil lidar com isso, mas se já consegui fazer com que ele se escondesse um dia, ele pode voltar e ficar em silêncio até o resto da minha vida.
Resto. Isso soa forte. Ao mesmo tempo que, de vez em nunca, me vejo refletindo sobre como não queria morrer e, sim, ficar aqui aproveitando tudo o que tenho direito, em momentos como este, apenas desejaria partir.
Já disse aqui antes que talvez o maior dos meus desejos seja morrer e ver a reação de todos com a notícia da minha morte. Procede. É um dos meus maiores desejos mesmo. Acreditam que sou tão inseguro à esse ponto? Isso é algo com o qual tenho que conviver desde sempre. Não posso - ou talvez possa - culpar quem me fez alvo de bullying, quem me ignorou. Apenas fiquei assim.
Acho que preciso fazer terapia por toda a eternidade e, mesmo assim, não vou conseguir ficar livre de todo o fardo que eu (acho que) carrego.

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