domingo, 30 de março de 2014

ATUALIZAÇÃO_2

Voltando às atualizações, continuo desempregado - infelizmente - na mesma casa - infelizmente - e com a mesma família - infelizmente.
Não aguento mais esse povo, sério! Minha avó cada dia mais chata, meu avô nem se fala. Meu pai não pode perceber que estamos bem que resolve me magoar de algum jeito. Minha madrinha só fala no ficante dela que tem namorada (a qual mora com ele e conhece minha madrinha). Minha irmã é um purgante. Não sei se é idade ou a influência do meu pai mas, caralho, que menina chata!
Eu não posso mudar de casa porque não tenho emprego nem renda. E morro de medo de me mudar e não dar certo, daí vou ter que voltar e essa ideia não me agrada nem um pouco. Algo pior do que sair de casa e dar errado e ter que voltar e sentir essa sensação. É difícil a convivência cada dia mais, ninguém me compreende, não posso falar para NINGUÉM da minha orientação sexual, e pra quem eu conto me ignora para sempre. Daí não tenho apoio nenhum.
Ainda não decidi se é uma das piores épocas da minha vida. Com certeza não é A pior, mas entra para o #top10 ...
Quero morrer.

ATUALIZAÇÃO_1

Mais uma vez, após um longo tempo sem escrever, volto para contar as novidades.
Pois bem, vamos por partes.
Em relação à minha vida amorosa; encontrei de novo o menino com o qual tinha ficado em dezembro (ou novembro, não lembro) do ano passado. Eu sei o que disse, o que escrevi e o que penso em relação à isso, mas não pude evitar. Estava um clima bunda em casa e ele me chamou para ir ao cinema - sempre o cinema... -, quando excitei, em questão de segundos, ele me disse que iríamos como amigos. Mesmo eu tendo a certeza que era mentira, eu fui.
Chegamos, nos cumprimentamos, e acabou por acontecer o que é óbvio.
O interessante é que nos comportamos por um tempo. Ele não havia tocado em mim em momento algum, e eu estava com aquela vontade de beija-lo, sem poder. É extremamente desconfortável - quem já passou por isso, sabe.
Nos beijamos durante o filme, com alguns altos de comédia, tipo barulhinho do beijo, e gargalhadas eternas.
Ele me levou para casa depois e não rolou nada de obsceno dessa vez, porque eu não quis. Durante todo o caminho eu disse que não devia ter ido e que não podia dar esperanças para ele. Ele disse que sabia e tentou fingir que não me mandou no whatsapp que estava apaixonado. Mas sabemos que ele mandou.
Enfim, tivemos até momentinhos de romance, com ele me segurando em seus braços... ETC!
Ele me arrumou uma entrevista na empresa em que trabalha, e estou com a consciência pesada, porque não quero que ele ou qualquer um pense que fiquei com ele só por efeito de conseguir um emprego.
Só porque NÃO ESTOU com ele, e não fiquei com ele por causa de um emprego. E tenho dito.
Enfim, por relações amorosas entendemos confusões e palhaçadas.
Tirem suas próprias conclusões.

quinta-feira, 13 de março de 2014

CAMINHOS DO CORAÇÃO




Os amores recíprocos são bonitos. Mas lindos mesmo, só os platônicos. Ah, esses são perfeitos! Somente construídos com quem nosso coração escolhe, de verdade. E são exatamente da maneira que o amante desejar, com as qualidades e defeitos que escolher.
Os amores platônicos são o que devemos chamar de amor perfeito. Pois ele é o mais puro dos sentimentos de quem ama. O amor próprio cresce. E o amor pelo outro também. A compreensão e leveza no dia a dia...
Mas os finais, esses são trágicos! Simplesmente porque eles não existem. Conseguimos encuba-los dentro do coração, mas eles ficam lá para sempre. A primeira internação na UTIDA (unidade intensiva de tratamento para desilusões amorosas) é comumente a mais difícil de ser realizada. E quando vemos nossos amados, recuperamos dentro de instantes esse sentimento. Contudo, uma vez guardado, o sentimento grava o caminho e sabe para onde voltar quando o calo aperta.

segunda-feira, 10 de março de 2014

IMPERFEITO NAS MINHAS PERFEIÇÕES

Voltei. Sim, depois de todo esse tempo - que nem fiz questão de olhar para falar com exatidão.
Já disse que não quero que as coisas aqui fiquem artificiais, então não pretendo assumir um compromisso de escrever todo dia. Claro que este é somente o primeiro argumento. O segundo é interligado, não fiz o blog para entreter ninguém, apenas para desabafar, então... É auto explicativo.


Os últimos acontecimentos são tão ou mais tediosos ainda que os antigos. Não houve novidade. Continuo sofrendo com a solidão que em mim aflora. Comecei o livro sobre minhas memórias. É um projeto interessante. Logicamente sei que não tenho tanta experiência quanto outros por aí, mas já que não serei nada além de um pedaço de carniça em decomposição dentro de alguns anos, quero deixar meu nome aqui. Quero que fique registrado, tudo. Pode ser que não ajude em nada, mas pode ser que seja um grande avanço e pode ser de exemplo para muitos que precisem de um.
Minha família ainda não sabe sobre minha sexualidade e cada vez mais tenho a certeza de que vou acabar nunca contando. E que eles não entenderiam.


Amigos... Bom, meus amigos estão como sempre; me decepcionando quando chego perto. Aquela velha relação do "quando estamos longe, sinto saudades; quando estamos perto, quero distância".
Da ultima vez que me encontrei com uma delas, o dia foi um fiasco completo. Não queria que meu subconsciente apontasse o namorado dela como culpado, porque conscientemente não acho que seja; mas não controlo meu subconsciente.
Semana retrasada fui para a casa dos meus outros amigos e ficamos bêbados - talvez mais do que nunca antes. Fizemos loucuras e lembro pouquíssimo para ser mais exato. Me contaram que lambi os peitos de uma delas. Não lembro dessa parte, então prefiro não acreditar.
Voltei para lá neste final de semana, tanto sábado quanto domingo. Sábado foi um dia incrível; daqueles que queremos viver várias vezes. Não sei, foi divertido, apesar de não termos feito nada de mais; foi um dia em que não me senti sozinho, o que me conforta muito. Voltei hoje com altas expectativas e, adivinhem só, me fodi.
Como sempre, quanto mais boas expectativas eu tenho à respeito de algo, o universo faz questão de me mostrar que não sou merecedor de nada. Apesar de estar com mais gente ainda do que ontem ao meu redor, me senti muito sozinho.


Do começo, quando descobri ao certo o que eu sentia, o que eu sou, fiquei com medo de contar aos meus amigos. Alguns, claro. Por dois simples motivos - mesmo crendo já ter citado isto aqui, vou colocar de novo para situar-me -;
Primeiro: Não queria dar motivos para que não falassem comigo mais. Jamais teria admitido minha sexualidade caso soubesse do trisco de possibilidade deles não me aceitaram. Por mais ridículo que isso possa parecer e seja, não suportaria viver sem meus amigos.
Segundo: Todos são do tipo de pessoa que caçoa de tudo à toda hora. Ainda não descobri em mais de oito anos de amizade se são capazes de levar algum assunto à sério. Infelizmente. De qualquer forma, caso me aceitassem do jeito que realmente sou, o que aconteceu, fariam todo tipo de piada sem graça possível de se formar ou já existente na face da Terra.
Para minha felicidade parcial, o primeiro motivo não foi realizado. Para minha infelicidade parcial, o segundo se tornou verídico.
Quando estamos todos juntos, falamos muitas besteiras e tudo mais, adoro isso neles, a gente meio que volta a ser criança. Porém, o pior de ser criança, é não ter o discernimento para a vida. Não saber levar nada à sério. E eu gosto de ter crescido - por milhões de razões - principalmente por saber pensar. Por conseguir pensar.
Hoje fizemos o de sempre, mas essa tiração de sarro me irritou. Eles conseguiram me atingir em um ponto que me desestabilizou. Um ponto que eu não tenho controle. Quando nos falam de algo que podemos modificar ou que sabemos ser apenas brincadeira, é uma coisa. Agora, quando nos falam de algo que não temos certeza, ou quando nos tocam em algum lugar, o qual não podemos mudar, ficamos reflexivos, tristes...


Mesmo tendo a consciência de que sou alguém complexado por tudo que me aconteceu, concordo com meus próprios argumentos inteligentes. Antigamente me falavam do meu corpo e da minha sexualidade. Eu me transformei em outra pessoa fisicamente. Minha sexualidade infelizmente não tenho como mudar. Minha virilidade também não. Mas trabalho em cima dela. Creio ser por isso que me acho mais bonito sério ou com barba. Porque me deixa com mais cara de homem e não permite as piadinhas que SEMPRE tive que ouvir. E hoje me fizeram lembrar dessas mesmas piadinhas.


Por mais maçante que seja dizer de novo a mesma coisa, eu sofri o tal do bullying quando era criança. O que me traumatizou e provocou em mim o sentimento de imperfeição. O sentimento de anormalidade. Agora, peço que, seja lá quem for que esteja lendo isso e compreendendo, imagine-se imaginando-se imperfeito, feio, anormal, como se nunca fosse ser alguém, como se nunca fosse estar com alguém por isso. O que faria? Tentaria mudar, correto? É o que eu tento fazer. Me empenho muito nisso. Não teria gastado o tanto de dinheiro que gastei para emagrecer se não me empenhasse.
Não culpo meus amigos pela minha tristeza - claro que tive que refletir muito sobre o assunto para saber que não são totalmente culpados; de cara fazemos o óbvio! - mas culpo minhas imperfeições.
Se eu talvez não fosse tão imperfeito, talvez não sofresse com o insulto dos outros. Talvez se eu não tivesse me deixado atingir por ofensas na infância, não fosse complexado hoje em dia. Eu nunca saberei o que aconteceria se eu, por um acaso do destino, fosse alguém. Isso me fere. Mas tenho que continuar vivendo. Para não ser egoísta e vendo todos ao meu redor serem.


Termino citando o conhecimento popular, que diz "a ignorância é a chave da felicidade".
Quem me dera a ignorância para me salvar desse posso de tristeza, no qual não caímos, mas subimos de escada conforme nos aprimoramos. Somos um tipo de masoquistas que gosta de ferir seus próprios sentimentos. E não é algo que possamos mudar.