domingo, 7 de junho de 2015

DANÇANDO



Toda essa história de "ser inteiro sozinho, antes de encontrar alguém porque ninguém é a metade de ninguém e alguém inteiro nunca vai merecer ou se interessar por uma metade" nunca me convenceu. Talvez por eu não conseguir compreender realmente o que as pessoas que disseminam essa ideia queiram dizer com ser inteiro sozinho, ou por simplesmente adorar estar em um relacionamento a ponto de me auto considerar desesperado por um.

Como disse antes, não me sinto muito confortável na posição de solteiro que a vida têm me imposto, mas vou levando. Às vezes minha solidão me pega de jeito, para bem ou para mal. Hoje foi para bem.

Do nada (talvez pelo pote de sorvete que eu comecei a devorar junto com leite condensado, granola, açaí, granulado e chocolate) me veio uma vontade imensa de dançar. Vou dizer que tenho gostado muito de música nacional, das mais novas. E comecei cantando sozinho, na sala. Quando dei por mim, estava com meus fones, cantando em voz alta e dançando descalço no meu quarto, à luz de minha última lâmpada incandescente (que eu gosto mais do que qualquer outra porque me faz sentir o ambiente, diferente da fluorescente).

Fiquei contente quando me vi no espelho e pude observar meu sorriso; finalmente minha solidão havia entendido que não preciso dançar junto. Que não preciso de alguém por enquanto. Que noites perturbadoras ainda virão, mas que dias maravilhosos sempre nascerão, embora nem sempre isso esteja tão claro na minha cabeça. Ainda fico preocupado com o sumiço do meu choro.

Já não o encontro há meses, e eu gosto de chorar, mesmo que com a história de ficção de alguns casais impossíveis dos filmes. Acredito que quando for a hora e quando houver uma razão que me toque, ele me encontrará. Então eu dançarei com minhas lágrimas, que espero serem de felicidade.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

DE BEM COM A SOLTEIRICE -SQN



Desde sempre sou sozinho. Nos mais diversos quesitos; amor, família, vida... Em casa, nunca pude - ou nunca me senti à vontade para - contar sobre minha sexualidade. Quase sempre tive amigos, mas sabe quando nos sentimos sendo alguém aleatório no meio daquela gente toda?! Boa parte das vezes com eles, nos mais diversos meios, me sinto assim. Mas não é culpa deles, claro. Só mais um de meus infinitos problemas psicológicos. Nunca namorei, também. Embora eu chame minhas aventuras de relacionamentos (o que não é mentira) para parecerem maiores do que realmente foram, geralmente demorou por volta de uma semana para que me trocassem.

Ora, - você deve estar pensando - ele parece um tanto ressentido. É porque é exatamente assim que me sinto quando penso sobre isso. Não que essas aventuras, ou relacionamentos, tenham sido tantos quanto possam parecer, mas sempre me deixaram em frangalhos, no fim. E em ambos os casos, os babacas por quem me apaixonei acabaram tão rápido estando com outras pessoas. Como não me culpar? Como não trazer essa derrota pro lado pessoal, já chamando de derrota?

Escutei esses dias, nem me lembro aonde, algo como "me pergunto por que fico me torturando; talvez seja porque gosto da sensação de quando paro". Isso pode parecer errado, mas eu te pergunto: Quem fez o manual da vida? Se você tem acesso, por favor, deixe-me dar uma olhada porque estou bem perdido aqui!

Talvez por querer tanto o rótulo de namoro eu idealize algo que pode nunca acontecer, uma vez que praticamente tudo o que idealizamos é utópico. A realidade está fora de nossas cabeças, está além de nossa compreensão e está longe do alcance que possam ter as previsões.

O fato é que fico bobo só de me imaginar com alguém que eu possa chamar de amor, fazer gracinhas, rir, ser companheiro, ficar abraçadinho, ver filme... Minhas pernas tremem e meu estômago fica repleto das borboletas - lembra delas? A paixão é algo que me motiva a ficar apaixonado. O mundo nunca parece tão bonito como quando estamos amando.

Não gosto de me machucar carregando alguma culpa em meus ombros ou vendo fotos deles, meus ex-relacionados, com os atuais. Não gosto de bater a cara na porta toda vez que acredito que uma está aberta para mim, na vida de outra pessoa. É claro que não gosto de fraquejar comigo mesmo quando conheço alguém e já imagino nosso fim e como será a foto com outro alguém que ele vai postar nas redes sociais uma semana depois de não nos falarmos mais.

Fico com medo de namorar alguém que não me faça sentir tudo isso, por desespero. Certo dia, eu estava no Tinder, em minha rotina de seleção de perfis para possível relacionamento, quando uma amiga, vendo que eu não pegava leve nas exigências, disse:
- Você não está desesperado; está até escolhendo!

Quando dei por mim, ela tinha razão. Poxa, se eu escolho e não saio por aí correspondendo qualquer Zé Mané que me olha de um jeito diferente, acho que não estou tão desesperado assim. E, como conclusão, vi nisso tudo uma salvação. Será que eu estava me acostumando com a solteirice e que começaria a achar tudo aquilo o máximo, como dizem os textos de pessoas super contentes e solitárias na internet?

A resposta é: Não. Não me acostumei com a solteirice e, pelo visto, não vou me acostumar tão cedo. Talvez nunca. Não vou achar legal enquanto não tiver motivos para isso e, sendo assim, não vou curtir o ~~estar solteiro~~. Ainda não suporto a ideia de padecer sozinho.

A questão me parece ser como estar desesperado sem ser desesperado?